Fonte: Susi Elena e Vanessa Soares/Fotos: Helber Aggio/PSA.
Para fortalecer a discussão sobre iniciativas de enfrentamento contra a crise climática no município, a Prefeitura e o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) realizaram o evento Santo André pelo Clima nesta sexta-feira (28). O primeiro encontro reuniu mais de 140 pessoas, entre sociedade civil, acadêmicos, gestores públicos, especialistas e movimentos socioambientais, para colocar em pauta dois temas importantes: emissão de gases de efeito estufa e agricultura urbana.
“A gente precisa puxar esta discussão dentro do Brasil e ela deve começar nas cidades. Por isso que é muito importante Santo André capitanear isso. Nós temos a tradição de ter uma gestão ambiental com muita qualidade, mas precisamos envolver a população nesta temática, pois as ações de enfrentamento às mudanças climáticas estão relacionadas à sobrevivência humana”, explicou o prefeito Paulo Serra.
O evento foi composto por duas mesas: “Inventário de Gases de Efeito Estufa do Município de Santo André” e “Diagnóstico dos Agricultores Urbanos de Santo André”. O município desenvolveu o primeiro documento para identificar os principais setores que emitem dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N20), visando estabelecer metas municipais para mitigar a emissão desses gases, responsáveis pelo efeito estufa e o aquecimento global, que geram problemas de saúde pública, como agravamento de doenças e surgimento de pandemias, e eventos extremos, a exemplo de secas e tempestades.
O inventário, realizado pelo Iclei a pedido da Secretaria de Planejamento Estratégico e Licenciamento, analisou dados referentes ao período de 2018 a 2022 por meio do método GPC, que foi desenvolvido com foco em governos locais e permite análises comparativas entre os relatórios de diferentes cidades ao estabelecer requisitos e prover orientações para os cálculos e o relato das emissões.
O documento constatou que as atividades que mais emitiram gases de efeito estufa em 2022 foram: energia estacionária (indústrias, com 686.294 toneladas de GEE), transportes (559.545 toneladas) e resíduos (248.559 toneladas). O inventário é uma importante ferramenta para subsidiar a tomada de decisão em relação à preservação ambiental, qualidade do ar e desenvolvimento ambiental, econômico e social, sendo mais um instrumento para uma gestão eficiente e sustentável.
A partir desse estudo, será possível criar uma visão comum entre todas as áreas da gestão pública, unindo esforços necessários para tornar Santo André ainda mais resiliente e com menor emissão de gases poluentes.
Agricultura urbana – Santo André, por meio do Semasa, também elaborou o primeiro diagnóstico de agricultores urbanos que trabalham no município. O estudo, que traz informações de perfil socioeconômico, características de produção e comercialização, problemáticas e percepções desses trabalhadores, identificou a existência de 175 hortas ativas em todo o município e 25 hortas em unidades escolares. Com o mapeamento, a cidade conseguirá desenvolver políticas públicas diretamente para esse segmento.
A agricultura é uma atividade que depende totalmente de fatores climáticos. Por isso, a alteração no clima afeta a produção de alimentos, causando perdas significativas, aumento do consumo de agrotóxicos, proliferação de pragas nas plantações e mudança geográfica dos agricultores urbanos, que são fundamentais para a produção de alimentos saudáveis e a redução da emissão de gases de efeito estufa nos processos produtivos e de transporte dos insumos.
Com o Santo André pelo Clima, a Prefeitura e o Semasa criam espaços de contribuições, críticas e aprofundamentos de temas que subsidiem a implantação de políticas públicas, além de adaptações da forma como a sociedade interage com o meio ambiente. O primeiro encontro foi gravado e está disponível no canal do YouTube do Semasa (Semasa Santo André).