O teletrabalho, apesar de não se tratar de um fenômeno novo, com o evento da pandemia de Covid-19 se tornou a única alternativa para muitas empresas continuarem as suas operações, devido ao isolamento social. Porém, após a vacinação da população e com o fim da emergência sanitária, alguns trabalhadores retornaram ao trabalho presencial e outros permaneceram trabalhando de forma remota.
Um levantamento inédito realizado recentemente pelo IBGE, relacionado ao trabalho remoto de forma geral, revelou traços de desigualdade em relação à remuneração do trabalho. De acordo com os dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), dos 9,5 milhões de brasileiros que trabalharam de forma remota em 2022, quase 7,4 milhões que realizaram o teletrabalho (considerado um subgrupo do trabalho remoto) e 2,1 milhões que executaram tarefas remotamente (mas não em teletrabalho) tiveram remuneração quase três vezes maior que os outros trabalhadores.
Segundo o IBGE, o motivo para os profissionais que integram esse grupo que realiza trabalho remoto estarem ganhando quase três vezes mais que a média das pessoas empregadas é porque as pessoas que trabalham em regime de teletrabalho (utilizando internet e celulares ou computadores) ou home office apresentam maior escolaridade e ocupam cargos em empresas que remuneram melhor. A porcentagem de teletrabalhadores com nível superior é de quase 70%, sendo que a maior parte são engenheiros, advogados, economistas, administradores, professores, profissionais da área de TI e profissionais com cargos relacionados à gestão, direção ou gerência de equipes de trabalho. Ou seja, este perfil profissional tende a ser mais favorável ao teletrabalho ou home office. Apenas uma pequena porcentagem de teletrabalhadores apresentaram baixo grau de instrução, somente 0,6% não tinham ensino fundamental completo e apenas 1,3% tinham ensino fundamental completo ou ensino médio incompleto.
Por outro lado, segundo levantamento do IBGE, são dois milhões de trabalhadores que dependem de aplicativos para sobreviver (aplicativos de transporte particular, os de entrega de comida e produtos, os de táxi, e os de prestação de serviços), com condições de trabalho bem piores do que os trabalhadores que realizam o teletrabalho, além de jornadas de trabalho semanal, que em média é de sete horas mais longas e com uma remuneração quase 40% menor do que a média de pessoas empregadas, que apresentam níveis intermediários de escolaridade.
Estes números do IBGE evidenciam que o trabalho remoto ou teletrabalho incluem profissionais com salários mais altos, como gerentes e profissionais das ciências e intelectuais, e que o investimento em formação de nível superior, portanto, se apresenta como uma ótima alternativa para as pessoas que almejam melhores cargos, boas condições de trabalho e crescimento profissional.
A partir disso, levando em conta a relação direta da escolaridade com a remuneração dos trabalhadores no cenário atual, a educação se apresenta como ferramenta essencial para a superação dos desafios no contexto do mercado de trabalho, levando a consequentes mudanças de vida, crescimento e desenvolvimento individual com a conquista de melhores cargos.
As transformações do mercado de trabalho, aceleradas pela pandemia da Covid-19, formaram este novo cenário que exige profissionais capazes de transformar a realidade a partir do conhecimento. Portanto, para o trabalhador que busca qualificação profissional para se diferenciar e conquistar o emprego dos sonhos, uma formação de nível superior é um divisor de águas. Estudar é o melhor caminho para ampliar os conhecimentos que uma pessoa precisa para atingir seus objetivos e alcançar a sua realização pessoal e profissional.