Gestantes atendidas pelo Hospital da Mulher de Santo André têm a oportunidade de ampliar a conexão com o bebê por meio da técnica de pintura gestacional, oferecida pelos enfermeiros do equipamento de saúde. O serviço não tem apenas a finalidade estética ou registro artístico, o intuito é proporcionar momentos de autoconhecimento. A estratégia faz parte de uma série de ações implementadas para garantir um atendimento mais humanizado às pacientes.
A pintura gestacional partiu de iniciativa da técnica de enfermagem e pedagoga Juliana Araújo e da enfermeira obstetra Fernanda Neres, que replicaram e compartilharam o conhecimento adquirido aos outros profissionais do Hospital da Mulher. “Foi um encontro de almas gêmeas, meu e da Juliana. Agora é um processo de construção, aprendizado e dividir o conhecimento. É um ultrassom de forma lúdica, juntando terapias”, conta Fernanda.
A arte gestacional tem ganhado espaço em hospitais públicos e privados devido à aproximação da gestante com o bebê. Normalmente, uma sessão particular da pintura custa, em média, R$ 400 de acordo com os serviços inclusos. A técnica é ofertada gratuitamente no Hospital da Mulher e é uma oportunidade das mães para materializar, por meio da arte, a presença do bebê, se conectar e relaxar.
“Temos apostado em soluções que proporcionam um atendimento humanizado e confortável para todos os moradores de Santo André que nos procuram por meio do SUS. O Hospital da Mulher tem se destacado por ofertar serviços diferenciados, aliados a estrutura cada vez mais robusta e equipamentos modernos. Recentemente entregamos um pacote de melhorias com aparelhos de última geração para cuidar integralmente da saúde da mulher”, destaca o secretário de Saúde, Gilvan Junior.
O método de pintura gestacional representa aspectos da vida do bebê, onde ele está localizado, a posição, a placenta, o cordão umbilical e pode ilustrar os sentimentos ou palavras relevantes para a mãe. As tintas utilizadas são à base de água, hipoalergênicas e não contém nenhuma substância nociva ao feto ou a mãe.
“É como se fosse uma despedida da barriga. Fazemos aromaterapia (utiliza o aroma e óleos para estimular o cérebro), escalda pés (colocar os pés em uma bacia de água quente), chá de bênção (ritual para dar apoio ao final da gestação), lemos uma carta e passamos um vídeo para que as mães entendam os princípios da técnica; sempre com empatia, solidariedade e acolhimento. Na criação do desenho eu uso o eixo do umbigo para criar e vou desenvolvendo a posição que o feto se encontra, de acordo com a cardiotocografia, pela anatomia, pelo som e pela anaminese”, explica Juliana.
“Cada barriga é única. Existem mães que querem incluir uma frase, um nome, a gente cria a placenta e fazemos a colorimetria (ciência que estuda a percepção da cor) fria ou quente dependendo da pigmentação da mãe, desenvolvendo o destrecho e a arte”, acrescenta Juliana.
Fernanda Gomes, gestante de 34 semanas, e o pai Felipe Chagas descreveram a experiência que vivenciaram, com a pintura gestacional da Chloe, que chegará em breve.
“Achamos que iriam fazer só um desenho. Quando entrei na sala eu fiquei arrepiado. Senti minha filha naquele momento”, contou Felipe. “Foi mágico. Ao ver a equipe de enfermagem, com rosas na mão, conforme começa o desenho, o ambiente e a música são emocionantes. Parece que o bebê está ali mesmo conosco. Eu fiquei muito feliz e acho que ela também ficou, porque ficou bem agitada. Acho que ela sentiu todo o amor e carinho que as meninas passaram para a gente,” descreveu Fernanda.